Estudo muito e passo direto ou não estudo e curto o fim de semana sabendo dos riscos futuros? Namoro sério com esse cara que é maravilhoso e cuida de mim ou me deixo livre porque nunca se sabe quantos caras legais vão aparecer no caminho - e que eu não vou querer desperdiçar? Eu faço faculdade de direito e faço meus pais felizes (e me frustro e lido com essa frustração) ou vou fazer artes plásticas e me faço feliz (e frustro aqueles que me amam e lido com isso)? Como esse sanduíche que eu amo mas que engorda ou vou malhar que eu odeio mas faz bem pro meu corpo? Uso decote e minisaia e me permito ser uma mulher desejada ou uso óculos e coque no cabelo em prol da minha credibilidade? Eu digo o que eu penso e corro o risco da fama que for ou eu fico quieta e me sinto mal por ter me silenciado? Eu me rebelo contra as coisas que eu discordo ou me resigno diante do que é maior do que eu? Eu me visto de acordo com o meu gosto, com o que as mulheres admiram ou com o que seduz os homens? Quem responde? Quem pergunta? Quem escolhe?
O difícil é sempre isso: achar um meio termo entre o desejo, a possibilidade e o preço que se aguenta pagar pela realização. Todos querem a segurança e a liberdade, a carência saciada e a abertura para o novo sempre. Todos querem sempre tudo que não necessariamente dialoga - ou alguém, de primeira, consegue imaginar que num compromisso afetivo a primeira lembrança que venha a mente seja a de uma liberdade para fazer tudo que um eu individual queira? Ou que a menina linda, maravilhosamente vestida, com todos os acessórios e todos os fios de cabelo aonde deveriam estar, seja PHD em física-quântica?
Com tanta coisa sendo desejada, como é que se escolhe o que se deseja mais, pra que lado se pesa mais e que preço se quer pagar pelo que se decidiu?
"Quero tudo ter, estrela, flor, estilo..."
Zeca baleiro.
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