Escrevendo a vida com formato de peça teatral
Qual seria o meu arsenal?
Drama ou comédia?
Romance ou tragédia?
Protagonizaria todos os momentos
Diante de olhares atentos
Faria escandâlo do meu riso, semearia meu típico pranto
Esbravejaria minha lucidez, renegaria meu romantismo sacrosanto!
Eu caberia em todos os personagens da minha história
Alter-egos desencaminhados, tortos, buscando qualquer glória
O bandido raivoso, o bobo da corte estabanado, a meiga mocinha
O clichê do príncipe encantado, a crueldade da bruxa malvada, a inércia da fadinha.
Tudo sou eu - tudo quase seu
tudo tão parado, movimentado, inundando o quarto, breu...
Abram as cortinas e enxerguem todas as brincadeiras da protagonista
As inspirações cruas, o ar de nostalgia ou lucidez, o lado sado-masoquista...
Fechem as cortinas, eis chegado o fim da apresentação
Me curvo, timidamente, esperando a saudação
As cortinas vão se fechando, e eu me despeço do palco que me consola.
Agora é da solidão (mais uma vez) a grande hora.
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