Eis que o surge a questão do mundo moderno
(tanto do cruel quanto do fraterno)
quantos paradigmas iremos quebrar?
sob que expectativas saberemos caminhar?
não, já não tem jeito
eis a era do sujeito
do sujeito objeto
banal e crucial - homem erectus
o sujeito objeto que modifica e é modificado
que chora a dor alheia ou que por ela é culpado
o sujeito que atinge e é atingido
em igual medida, talvez pra ter sentido
de se sujeitar a ser sujeito e só
pra quebrar certezas até só sobreviver a de que será um dia pó.
lá vem ele, homem banal
hedonista, narcisista, julgando-se especial
tudo pra hoje, tudo pra agora, tudo pra si
o que quero, o que preciso, o que posso conseguir
que danem-se os outros, que os outros corram
que cada um mereça o que tem ou que morram
indivualizante individualizado indivíduo?
é a geração umbigo.
ninguém sabe quem é
e ninguém pode pegar no pé
ninguém também quer descobrir
alguém ainda tem objetivo a prosseguir?
ligo a televisão, trabalho demais
aceito todas regras, para poder descansar em paz
o que eu não quero é ter tempo de me questionar
de com as minhas frustrações, incertezas, inquietações ter de me encontrar.
ó homem da contemporaneidade
Deus supremo da era da vaidade
vendeu-se, perdeu-se, e nem percebeu
só conjuga na primeira pessoa - tudo eu, eu, eu.
...mas por outro lado, se sente sozinho e frágil
procura mais o analista, tem mais patologia e menos presságio
é o preço que se paga pela escolha
por ignorar a árvore e se vangloriar folha
por querer ser o tudo que não se auto-conhece pra ser
por já não buscar o que não sabe entender
passa tempo, tempo passa
passam as modas, caem as carcaças (e carapaças)
quem não sabe sê-lo, não pode fazê-lo
e o mundo moderno não tem zelo
ele exige - homem máquina, mulher bonita
trabalho, lucro, beleza, prazer - conquista.
se você não anseia por isso? pirou de vez.
vai ser excluído, julgado - vezes uma, duas, três.
eu me pergunto: de que adianta ser sujeito-alguém- o tal
se já não se lida, se trabalha, para ir além do banal?
de que adianta tantas coisas a serem maturadas em si
se não existe a coragem de se descobrir?
calce seu nike, vá para a festa, beije as meninas
para viver esta realidade? só da alma fechando as cortinas.
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