Não se perde um jogo no primeiro minuto
E tampouco se perde um jogo no fim do segundo tempo.
Se perde a partida é no seu decorrer
Se perde quando perde-se a vontade de ganhar;
quando fica pelo caminho a motivação de jogar.
Perde-se um jogo por cada bola que passa por debaixo da perna
por cada drible que não se dá, por cada bola adversária que na rede vai parar
Vão somando-se pequenas perdas para a perda em si se formar.
Também não se perde uma mulher de vez
Perde-a aos poucos, num traçado complicado
A mulher espera tudo, dá tudo, corpo, motivação, amor, desejo - espírito
E dá até o fim, até espremer de dentro de si tudo de delicado que fica guardado.
Enquanto você a valoriza, você a tem em suas mãos, em sua cama, aonde você quiser
O problema é que a doação feminina enche de auto confiança o coração masculino
E o excesso de confiança e tranquilidade move você para longe da sua mulher.
Se perde uma mulher quando não se diz com tudo - olhos, boca, pulsação, suor
sem pudor, em pé, de manhã, de tarde, sempre - o quanto ela vale para você.
Perde-se a mulher quando não se escanaram as certezas, os sorrisos, o arder
Perde-se a mulher por falta de palavra, de jeito, de tato, por falta de leveza
falta de exasperação, por falta de medo que ela vá embora e até pela lerdeza.
Num jogo, quando se perde o mando de campo
quando se fecham os portões, quando a torcida não comparece
o mistério se desfaz, o desvelamento do esporte é pelos outros
sem eles é só decepção, não há trave, nem bola que valha por si.
Quando está-se perdendo uma mulher - e se demora pra perceber
cada segundo que vai faz uma diferença enorme
mas você só vai se dar conta (e talvez sentir falta e tentar corrigir, vai saber?)
quando descobrir que não vai ser mais pensando em você que ela dorme.
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