Fernanda colocou um short jeans, pegou a bicicleta e saiu por aí. Rabo de cavalo e brisa do mar. Ela não precisava renegar nada - nem ela mesma! Tudo tinha se colocado nos devidos lugares das coisas bem resolvidas. O mar, a orla, as pessoas indo e vindo, o sol - tudo aquilo apenas refletia a paz interior. Ela tinha conseguido inclusive achar uns dois meninos bonitos no trajeto. Não que ela fosse investir, mas a liberdade de conseguir ter vontades tinha um incalculável absurdo valor! Era bom ter um coração livre, sem amarras de amargura ou sem prisões do passado. O que passou, já tinha ido embora e agora que o viesse, diria. Ela estava esperando para escutar.
Estacionou a bicicleta ao lado de um quiosque de coco e pediu uma água. Encostou-se para olhar o mar. Adorava as ondas! Eram uma metáfora tão clara do vai e vem da vida, e no fim, eram sempre ondas. Enchiam a praia, esvaziavam a praia, vinham pequenas, maiores, derrubavam castelos ou limpavam a areia - mas eram sempre ondas. Ela também era assim, as vezes meiga, as vezes implicante, as vezes sensível em demasia, as vezes mais simplista do que deveria, as vezes tempestade, em outras calmaria - mas sempre Fernanda.
Ficou vendo o sol descer sob o mar, encantada com a possibilidade de sorrir de novo perante pequenas coisas. As vezes no meio do ciclo não percebemos que há saída, mas os ciclos sempre acabam para que outros comecem.
E foi assim, que ao se virar para pegar a bicicleta, ela se bateu com um menino de sorriso tão bonito....
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