Todo mundo, sem exceção, quer ser amado. Não um amor qualquer. Aquele amor de shakespeare, amor carinhoso, que protege nas horas dificies, que transofma o "tédio em melodia", que dá beijos em público com direito a cara de apaixonado, que tem desejo interminável - em todos os desdobramentos do sentido, que admire, que respeite, que compreenda, que estimule, que surpreenda, que seja eternamente fofo. Mas quem quer se doar a isso? Pouquissímas são as pessoas que admitem que erram e tentam mudar, que conhecem a dignidade do perdão, que abririam mão de noites de farra, esbórnia, amigos e bebida por causa de um(a) namorado(a) doente, de um(a) namorado(a) triste, de um(a) namorado(a) carente, que dariam todo o amor sem esperar nada em troca, nem um obrigada, nem um beijo, nem uma declaração, fazer apenas pelo sorriso do outro.
Felizmente me parece que o amor romântico como era proposto ficou para trás. Chega, chega de promessas impossíveis, de sacrifícios forçados, de ideais corrompidos tentando ser o que não se é, mas o que o outro anseia. Todo mundo quer ser amado - mas todo mundo quer ser livre. Todo mundo quer colo nas horas de angústia, aquela certeza de ter quem ouça sem julgar, que entenda e apoie de graça - mas todo mundo quer um barzinho com os amigos, um futebol no domingo, um tempo cuca-fresca para colocar a PRÓPRIA vida no lugar. Amor não é servidão. Não é prisão. Por mais que se diga que não, é sempre escolha. A escolha de abrir mão de algo em razão de outra coisa que acredita-se valer mais.
Não adianta cobrar, remoer, repassar - ninguém quer ser surpreendido mas ninguém domina o sentimento de ninguém. Ninguém pode fazer isso, por mais que tente cercar de todos os lados. Certamente a felicidade seria maior se ao invés de com cobranças e paranóis, o tempo fosse ocupado entre silêncios cúmplices e presenças sensíveis.
Alguém vai propor que isso é fácil? Nunca. Existe a exigência de vontade de dar certo, de experiências passadas que trouxeram vivência, compreensão, mudança e tolerância - consigo, com o outro, com o mundo. Ninguém escapa da decepção, da dor, do sofrimento. A questão é: alguém quer escapar de viver, de sentir, de acreditar? A mesma cara que se dá ao tapa, pode ganhar, de supetão, um beijo. E a esperança segue sendo a última que morre. (Poruqe renasce, ressurge, bailando como as borboletas do estômago, com o brilhinho dos olhos..quando a gente menos espera! Mas isso já são outras histórias....)
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