Ser é o estar sendo. Essa incessável transformação que acontece independente da nossa permissão. (mas que é incrivelmente mais acelerada e produtiva quando permitimos!)
Ser é também ter sido e o que se fez o que se foi. Ser é estar buscando algo no mundo com. Como assim? É existir, em busca de algo que sacie a nossa essência, em contato com outras coisas e pessoas - que direta ou indiretamente também interferem no nosso processo.
Eu já escrevi muito em miguxês (basta dar uma olhada rápida nos meus blogs de quando tinha quinze anos..), mas hoje escrevo convencionalmente. Foi uma fase. Me ajudou a valorizar o português (quase) das gramáticas. Eu já fui grudenta, chatinha, possesiva, irritante e adjetivos não muito positivos em relacionamentos amorosos (dois pesos/ duas medidas!) mas com isso eu tomei tombos e quedas...e algo de proveitoso eu tirei, né? Já fui amarga de dar dó (como deviam me julgar tola - com razão!) e hoje já sei orientar melhor o meu radicalismo cético. Já chorei por tudo e por todos, já achei tudo crise, já deixei de querer encarar as coisas porque os outros achariam quê, já achei que alguém me achar boba era um mico - hoje tudo é risada, a minha lerdeza natural é charme (e não posso fazer nada por quem não achar!) e eu entendo os meus conflitos.
Ser é também saber que não se sabe. Não sei de amanhã, do que vai ser, do que pode vir a ser, nem ao menos tenho certeza de como eu gostaria que fosse! Mas sei que vou seguir assim, mudando de idéia, caindo, levantando, aprendendo, mudando, ouvindo, repensando e reconhecendo - a mim, ao mundo e aos outros.
Eu queria saber fazer um texto estilo "filtro solar" mas não me cabem conselhos (só se for para ouvi-los!). Aprendi pelas vias erradas que todos os caminhos nós fazemos e nos fazem - até os mais tortuosos trarão aprendizados - e serão os que mais trarão.
ps. música do título: Novos Bahianos! Futuquem!
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