Não se perde um jogo no primeiro minuto
E tampouco se perde um jogo no fim do segundo tempo.
Se perde a partida é no seu decorrer
Se perde quando perde-se a vontade de ganhar;
quando fica pelo caminho a motivação de jogar.
Perde-se um jogo por cada bola que passa por debaixo da perna
por cada drible que não se dá, por cada bola adversária que na rede vai parar
Vão somando-se pequenas perdas para a perda em si se formar.
Também não se perde uma mulher de vez
Perde-a aos poucos, num traçado complicado
A mulher espera tudo, dá tudo, corpo, motivação, amor, desejo - espírito
E dá até o fim, até espremer de dentro de si tudo de delicado que fica guardado.
Enquanto você a valoriza, você a tem em suas mãos, em sua cama, aonde você quiser
O problema é que a doação feminina enche de auto confiança o coração masculino
E o excesso de confiança e tranquilidade move você para longe da sua mulher.
Se perde uma mulher quando não se diz com tudo - olhos, boca, pulsação, suor
sem pudor, em pé, de manhã, de tarde, sempre - o quanto ela vale para você.
Perde-se a mulher quando não se escanaram as certezas, os sorrisos, o arder
Perde-se a mulher por falta de palavra, de jeito, de tato, por falta de leveza
falta de exasperação, por falta de medo que ela vá embora e até pela lerdeza.
Num jogo, quando se perde o mando de campo
quando se fecham os portões, quando a torcida não comparece
o mistério se desfaz, o desvelamento do esporte é pelos outros
sem eles é só decepção, não há trave, nem bola que valha por si.
Quando está-se perdendo uma mulher - e se demora pra perceber
cada segundo que vai faz uma diferença enorme
mas você só vai se dar conta (e talvez sentir falta e tentar corrigir, vai saber?)
quando descobrir que não vai ser mais pensando em você que ela dorme.
"O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama. Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado. Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros. A demonstração de amor requer mais do que beijos,
sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você
com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você
está fazendo uma tempestade em copo d'água.
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão...
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um
personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!"
(Arnaldo Jabor)
A capa da Superinteressante de Janeiro de 2008 traz dois garotinhos e a seguinte chamada: "Personalidade ; porque você é assim?". Faço psicologia e obviamente a personalidade é uma das coisas que mais me fascinam, fui logo colocando a revista embaixo do braço e comprando. A matéria em si não é o que me interessa tratar aqui, mas apenas uma vertente já tão rotulada que virou clichê - mas que ninguém repensa o funcionamento da contramão do rótulo.
O estereótipo é da "bonita e burra", e faz todo sentido bem definido cientificamente - a menina que já nasce (gritantemente) bonita não precisa desenvolver mais nada para chamar atenção dos outros e nem trabalhar outro aspecto para ser admirada. Acho que isso acontece muito sim, mas nem toda menina bonita é burra. Escuto muito das minhas amigas (gritantemente) lindas que elas estão cansadas de serem tratadas como objetos que os meninos compram no mercado para mostrar aos outros. E com os sentimentos delas, ninguém se importa? E as vontades delas, são ignoradas? Só porque são bonitas não são humanamente carentes, como todos nós? (Veja que é um texto de exceção - nem toda menina bonita é burra, nem toda burra é bonita, nem todas tem esses pensamentos, certamente algumas devem adorar ser exibidas como produtos de prateleira de mercado - não estou generalizando em nenhum sentido.)
Eu nunca fui a mais bonita do berçário, da família, da sala na escola. Como todas as meninas do mundo, sempre tive a companhia daquela amiga que faz sucesso com os meninos e mina a (nossa) auto estima. Acho que daí desenvolvi a extroversão e o senso de humor - eu também tinha que ter algo legal para oferecer as pessoas, para cativa-las, e no fim das contas, é verdade: quem não tem cão, caça com gato e cada um faz o que pode pra se entender consigo mesmo. Os livros viraram meus amigos desde a alfabetização, e eu virei a menina gente fina do colégio! Você tem um problema? Fala com Juliana. Você quer uma indicação de programação, de livro, etc? Fala com Juliana. Demorei horrores pra arranjar namorado e pra me livrar do estigma de patinho feio (tá, não me livrei, mas melhorou muito com o tempo e com a terapia.)
Até hoje, meus amigos (homens) me apresentam por aí para outras pessoas como " uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço" - confesso que isso as vezes irrita, também quero ouvir que meu cabelo é bonito, que meus olhos chamam atenção ou que sou cheirosa, mas também me satisfaço - pelo menos o que eu tenho não vai se desmanchar em rugas. As minhas amigas lindas, dispensam aprensetações, são as pessoas que se apresentam a elas, muito embora a principio o nome delas e o que elas fazem da vida não interesse de maneira alguma mais do que as pernas bem torneadas ou o cabelo sedoso delas.
Essa dualidade de ser olhada sempre pelo mesmo ângulo nos cansa de nós mesmos - quem quer ser sempre o mesmo? Todos vivemos seguindo o equilibrio corpo-mente-coração (ou a maioria de nós, segue). Minhas amigas lindas, possivelmente gostariam de ouvir que tem um coração generoso, sacadas inteligentes ou um dom nato para a liderança. Algumas delas, nunca foram amadas e compreendidas como humanas - e são sim essas pessoas lindas, além da lindeza exterior. Por outro lado, eu e minhas amigas gente-finas, também gostaríamos de ser enxergadas como mulheres - que além de fazer sorrir, discutir política ou ouvir problemas - desejam ser tratadas e desejadas como mulheres.
No fim das contas? A gente sempre fica insatisfeito com algo...
Tanto me cansei
que já nem sei
o que posso fazer ou se o farei
mas de tanto pensar acerca - acabou que (lucidez enfim) - racionalizei!
Você me iluminou, me dizendo talvez o que eu precisasse ouvir
há tanta gente linda neste mundo, com desejo de me nutrir
afim de, a fundo, amor, lindeza, poesia no coração alheio inserir
e eu insistindo no vazio, você lá, eu aqui, eles ali
engraçado vim de você a observação
abriu minha cabeça para analisar, não sei se você queria isso mas foi quase uma sugestão
tudo tende ao tédio e frívolo - principalmente a paixão.
então, como me disse você, talvez o saudável seja eu me jogar em quem tem espaço e vontade de me acolher no coração;
talvez seja o caso de eu abrir os olhos e enxergar o especial
mas, talvez seja mais profundo, de sublimar o essencial
quem gosta cuida, quem cuida vive o presente, faz-se natural
no cansaço do dia-a-dia recupero a possibilidade de ver a sorte que tenho por ser cercada de gente legal.
Um sorriso
custa quase nada, e se faz de abrigo
para expor os sonhos e as realizações
para motivar ainda mais os corações.
Num sorriso, veja você
Cabe toda a energia do ser
Toda essa vontade de mostrar
que existe nesse mundo pelo quê se alegrar.
Um sorriso pode não ser fácil de se dar
em alguns momentos é sacrifício fingido o estampar
mas o sorriso sincero tem valor incalculável
é a representação feliz de tudo que é memóravel.
Eu desisto
Antes que eu enlouqueça (mais)
Eu desisto
Antes que eu comece a andar pra trás
Eu desisto
Porque não aguento achar que a culpa é minha
Eu desisto
Por não saber como fazer melhor a sina
Eu desisto
Mesmo querendo
Eu desisto
Pois não posso seguir não sabendo;
aonde eu erro, aonde eu peco
aonde eu desagrado, se é que desagrado
Eu desisto
De esperar você me dizer as coisas então
as coisas ruins, mas esclarecidas
são mais amenas do que a minha indecisão.
Desisto de sentimentos velados
de prender na garganta o que está saindo por todos os meus poros
de controlar as minhas mãos para que elas não me entreguem
de disfarçar o que obviamente já está saltando aos olhos.
Eu estou cansada, de não entender, de me punir, de me cobrar
de perder o sono, o humor, a noção - tentando respostas encontrar.
Eu desisto, desisto mesmo
Assim não posso continuar.
É uma coisa estranha assim, escrever sem nenhum propósito desvelado. Eu escrevo pela vontade de estar contigo. De ter tuas mãos esquentando as minhas nas noites frias, de ter seus olhos regulando meus movimentos beirando o receio ou a admiração e fundamentalmente, escrevo palavras de saudade das nossas desengonçadas danças pela praças ou das nossas brigas escandalosas, berrantes e escancaradas- seja aonde fosse.
Incrível isso, sempre fomos mais dos gestos. Dedos em riste, dedos na cara, mãos se movimentando no ar, caretas de contrariedade, sobrancelhas se lavantando, braços cruzados. Somos um verdadeiro show de sinestesia e movimento. Pois isso faz engraçado que eu te escreva um bilhete, assim ao acaso, depois de tanto tempo sem te dirigir palavras. Essas tão estranhas palavras, que tantas e incontáveis vezes apenas nos separaram, muito mais do que nos uniram. Ainda assim, me rendo frágil a elas, como quem admite que não vê outra solução. Sei que o nosso problema é interpretação. (Sei também que você não acha isso, e tudo isso já iniciaria uma grande discussão! Vês?) Por isso torço para que as palavras escritas sejam mais minhas amigas, enlacem-se pelos teus dedos e subam até a sua cabeça, fazendo o mesmo sentido que tinham quando as escrevi, apressadamente, neste papel. Veja - eu te amo. Eu te amo por aquelas mesmas coisas que já te disse tantas vezes - o de sempre: o orgulho que tenho dos teus vinils do chico na estante, a satisfação de poder dizer, entre risos, as amigas, o quanto você é surpreedentemente rei dos lençóis e cavaleiro sagaz na disputa anti-monotonia, esse teu ciúme louco que me desvaria a vaidade, essa tua paciência com os filhos do vizinho e o quanto você faz sagrado o almoço de domingo na tua mãe. Sabes que te amo pelos beijos que me dá antes de dormir, pelas massagens nos meus pés depois de dias cansativos, pelo teu gosto por dançar na chuva ou pelo jeito com que dirige cuidadosamente se estou no teu carro. Mas talvez não saiba que te amo (mesmo e até mais, talvez, sendo o amor essa coisa irresponsavelmente sem sentido ou explicação!) quando chegas bêbado a equilibrar pela soleira, cantando músicas indecentes e gritando meu nome, quando aperta com força desnecesseriamente demasiada o meu braço porque alega que alguém estava me admirando, quando quebra os copos atirando na parede porque eu sou uma irracional que te irrita, quando trabalha demais e dorme demais depois para compensar, quando usa bermudas e camisas estampadas e me destrói de constrangimento, quando se revolta porque eu digo que desse jeito não saio, quando não pede desculpas e ainda amaldiçoa a minha insistência, quando come o macarrão sugando-o para dentro e, principalmente, quando me faz levar os teus gatos que eu odeio ao veterinário. Não imagino você percebendo a sutileza de amar teus defeitos, mas sim se zangando pelas críticas, com aquele seu tom de "e quem é você para achar que tem o direito de me dizer como ser uma pessoa melhor?". Eu sou ninguém, longe de ti ainda mais ninguém, perto de ti completamente ninguém - ou alguém-ninguém, que se transmuta em Amélia para te agradar, para te merecer, para te possuir corpo-alma-tudo. Alguém que ama vermelho, mas que veste branco porque você prefere. Que só andaria de saia, calça e short, mas que se obrigada a usar espartilhos e vestidos só para te ouvir sussurar doçuras ou travessuras ao pé do ouvido. Alguém que deita pra dormir e espera o teu pé roçar suavemente no meu, alguém que...já nem importa, sabe? Eu até importo, importa o que eu sinto, eu sei, eu sei que pra você importa, contanto que eu não diga. Você não pede desculpas, e grita essas impulsividades que nos seus ataques lhe sobem a cabeça e me ferem a alma, mas eu sei que você sente tanto depois, porque é nas minhas coxas que você repousa as lágrimas.
Coloque um sorriso neste rosto, homem. Eu te amo, gordo, magro, careca, cabeludo, bem barbeado ou beirando o hippie - porque amo mesmo é a essência cúmplice desta intimidade absurda que alcançamos com o casamento, talvez eu conseguisse isso com outrém, mas eu não tentei. Escolhi você e dei a busca por encerrada. Pensei em expressar minhas saudades tuas de outra maneira, mas foi natural que a dor repousasse nas palavras, talvez querendo que elas façam o que nunca fizeram - sejam a nosso favor. Eu te amo, homem. E em um mês estarei te abertando contra o meu corpo. Me espera, coração. A saudade já consumiu minha frieza, que ela saiba navegar nos teus oceanos de tristeza, pois bem.
A raiva é tão intrísecamente-mal-resolvida-minha
que nem sequer se expressa em nenhuma linha.
Para me mandar parar de beber
Para censurar o tamanho da minha saia
Para aparecer aqui com as flores e convites,
dos shows e peças que eu queria ir, para me agradar depois das nossas constantes brigas.
Queria que você ainda estivesse aqui
Para nunca pedir desculpas, para sempre me encher de culpa
Para elogiar os meus cabelos e a minha covinha
Para falar com orgulho da minha inteligência
E morrer de ciúme do meu jeito falante.
Queria que você ainda estivesse aqui
Para que a gente se balançasse na rede, contando estrelas
Para ouvir você reclamar porque eu não como a carne que está na mesa
Para devorarmos potes de sorvete, para aos sábados –
enquanto todos os nossos amigos estivessem na balada, a gente estar dormindo e feliz.
Queria que você ainda estivesse aqui
Para me mandar as cartas que você odiava escrever
Para me dar as caixas que você odiava escolher
Para me dar o colo, lugar de me acolher.
Queria que você estivesse aqui...
Ainda, ainda, ainda, ainda!
Juro, solenemente
Que há muito não me sinto assim
Aguardo, penitente
Que isso termine de desabrochar em mim.
Eu não tolero o despropósito, me comovo com a sutileza
Vivo no meio – entre a dureza e a doação
Mas há tempos não vivia a intensidade com beleza
Enfim permiti desvarios ao meu coração.
Ando devagar, por mais que tenha pressa
Prefiro ir construindo a certeza, à fazer-te falsa promessa
Aprendi apenas que se souber se fazer durar, me interessa
Mas, quando vejo, sem nem saber, já entrei de cabeça nessa...
E esse sentimento ao se aflorar
Me enche de vontades!
De vestir vestido, comprar rosas, cantarolar
Fazer poesia, me declarar, expor o que sinto com sinceridade...
Suplico (imaginariamente) abraços beijos e olhares
Confidências,silêncios,carinhos,colos,conversas,sorrisos
Tudo multiplicado, tudo aos milhares
Quero essa felicidade vendida por quilo!
Tudo isso eu tranco
Na cabeça e no coração
Se me perguntam, como por encanto
Meus olhos riem, mas meus lábios dizem que não é nada disso não!
Blogs amigos