Por sempre andar, andar
Sem nunca parar
Pequenas coisas vão ficando pra trás
O desejo de aprender...
...ficou na segunda escola
O seda da pele ...
...numa mesa de trabalho
A inocência para amar...
...na terceira desilusão
A melodia das palavras...
....no ruído do avião
O brilho do olhar...
...em algum ponto do caminho
A vontade de abraçar...
....no vício de ficar sozinho
Solitário desde então
Por sempre andar, andar
Sem nunca parar
Pequenas coisas vão ficando pra trás
Tudo foi se desprendendo
Levado pelo vento
Eu sou o que chegou ao fim
É assim que eu me apresento
Com o que sobrou de mim
A psicologia é o meu ato mais egoísta...
uso o desespero alheio para esquecer do meu próprio!
(nem que seja só por um tempinho...)
(só não é repugnante, porque é um tanto altruísta - dialético...)
Se me tirassem a dor,
eu não mais escreveria, nada, nada.
A inspiração morreria ao relento, abandonada,
porque eu escrevo pelo que vivi - sabor e dessabor.
Não escrevo pra ser bonito, nem pra despertar amor
Escrever é minha terapia egoísta, meu centramento ao me despir
para poder olhar pra dentro e compreender intrisecamete tudo que eu sou.
Eu escrevo é para descarregar de dentro de mim
todo esse horror!
Perdão a gente planta
E espera que o tempo e o vento
Venham semear.
Perdão nasce aos poucos, com sopros de coragem
E quando a gente percebe, a ferida que tanto já nos corroeu
Cessa de sangrar.
Perdão não é algo a ser pedido
É algo que vamos interiorizando, que vai sendo construído
Até se fazer resolvido, pronto para se dar.
E de repente- não mais que de repente
A gente sente aquele soluço na garganta, aquela abertura no coração
É o perdão indo se entregar.
E a gente se dá conta, que ao contrário do que dizem
Perdoar é esquecer
E é também se renovar, dar - se nova chance de ser livre
Para ter fé e coragem de nas coisas acreditar.
E assim ao lhe conceder meu perdão
Eu também me perdoo - com amor e serenidade (traços ligados da maturidade)
Pela minha culpa que eu não soube aceitar, pela minha dor que eu não soube administrar
E me perdoo por ainda ter feridas que não deixo cicatrizar.
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