Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007

Quando não se entende o que se sente

é um tanto tudo, um pouco nada

e aí fica um amontoado de sonhos pendentes

e os sonhos começam a passar da hora marcada..

 

E continua-se tranquilo (que jeito?)

Sabe-se que o desespero acarretaria em mais confusão!

E tenta-se entender a vivência do momento direito

Porque você duvida que os sonhos ainda são?...

 

 

...os mesmos?; possíveis?;

necessários?; já são ilusão?;

para agora ainda são admissíveis?

 

que sonho sonha a sua cabeça? e que sonho habita o seu coração?

 

E enquanto isso segue-se pela rua com um sorriso

a vida não para e não espera por ninguém

e é sempre tempo de fazer todo o possível

para que o futuro se apresente bem.

 

 


música Maria Rita - Num corpo só

publicado por Juliana Correia às 18:11 | link do post | comentar | ver comentários (3) | favorito

Segunda-feira, 22 de Outubro de 2007

Não escolho o amor.

Se eu o escolhesse, talvez tivesse pré-requisitos básicos. Faria uma lista no caderno. Juraria solenemente não amar ninguém que acordasse cedo e sorrindo nos fims de semana e jamais me perderia pensando em alguém que disesse que Lula é um bom político ou que sabe governar o país ou que ele é inocente. Encabeçaria uma lista de pretensões do tipo "desejo alguém que" : já leu mais de vinte livros de autores úteis na MINHA concepção (êta ser humano egocêntrico..mas vamos lá: lispector, saramago, garcia marquez, neruda, etc ), ama o lirismo sutil de amarante e caetano, alguém que curta botecos, use all star sem lavar e deixe a barba crescer e ainda assim, apesar do aparente desleixo (charmoso..), alguém que me traga café na cama, me veja descabelada acordando e seja capaz de me achar linda e principalmente de me fazer sentir assim. Alguém que não resista a mim - sexualmente, intelectualmente, dialogicamente, dualmente. Alguém que compreendesse que essa minha carapuça de auto suficiência toda é puro medo de me entregar e me machucar e soubesse, portanto, lidar com ela - "não, claro que você não vai sozinha pra casa, nem vai pegar taxi nenhum";"oi amor, já chegou em casa?" e essas coisas casal-ecati que eu finjo que não gosto, mas acho lindo beeeem lá no fundo (porque eu também sou um pouco menina meiga, afinal..). Quem não acha que intriseco e acarretado ao gostar vem o cuidar, proteger, preocupar?!

Mas ainda bem que no amor as escolhas não se dão por esses motivos. Como disse Jabour não se ama um cabelo perfumado ou alguém que saiba cozinhar. Não sei o que se ama, mas me felciito com a incerteza de amar sem precisar saber pelo quê. Senão,para quantas pessoas maravilhosas e escancaradamente diferentes de nós, nos entregaríamos? E quantos sorrisos verdadeiros não teriam existido?

Mas o amor é uma loteria, não se explica, se sente e quando ele se coloca no coração, já era. Não importa a visão política, o time de futebol,se um gosta de sol e o outro de dormir, um ama a neve e o outro o mar, nada disso interessa, nada - porque mesmo quando ainda há racional que se importe o amor fecha os olhos e finge que não está vendo - mas calma, ele não é cego, é só como um autista vivendo uma imaginária e distante experiência (ir)real - e diversas vezes, apenas temporária.

Colocando os pés no chão, na condição de vítima-algoz do amor, eu só digo que quero alguém que me goste, me deseje muito e que me faça feliz, ou melhor, mais feliz do que triste - porque todo o resto, se eu achar que vale a pena eu tolero. (não sem uma chateação ou outra, né?)


música Caetano Veloso - O quereres

publicado por Juliana Correia às 16:43 | link do post | comentar | ver comentários (9) | favorito

Domingo, 14 de Outubro de 2007

A política no bolso do contribuinte

É nojo

É nojo

É nojo!

 

Mas, pimenta nos olhos dos outros é refresco...

 

A política no bolso do senador

É gozo

É gozo

É gozo.

 

A eterna desforra do desrespeito...

Até quando?

Diz o povo.

Será que tem jeito?

Diz de novo...

 



publicado por Juliana Correia às 03:05 | link do post | comentar | ver comentários (9) | favorito

Terça-feira, 9 de Outubro de 2007

E de repente, contemplo, faz sentido.

quando eu te vejo, eu me vejo nos seus olhos

me vejo, te beijo, nos desejo - sem receio

pois o que vejo me conforta, sincero me parece, admissível.

toco o teu sorriso, enxergo tua expressão, sinto o seu toque, o seu cheiro...

sub entendo, confiante, que vai dar certo - preciso!

 

 

de longe, somos nada.

somos dois. distantes. nada. simples vazio. te conheço?

de longe me confundo, de perto me acerto, para novamente longe

confundir mais uma vez. é essa frieza que já nos fez. (já?)

(não ganhamos nada com isso)

 

quantas incertezas posso carregar?

meu medo é que deste jeito o pêndulo da balança venha a quebrar,

mas que seja para o lado certo, porque o peso do negativismo

eu não me submeto nunca mais a carregar.

(nem por você, nem por ninguém

- até gosto mais de chorar sozinha do que acompanhada)

 

 

jogue as suas moedas, faça as suas apostas

mas não fique chateado se eu cansar de jogar.

se eu escolher a partida

não como diversão, mas como despedida -

foi você quem não soube me equilibrar!

 

(e ainda assim, libriana convicta

indecisa das decisões razão X emoção

ameaçando ir embora, semi invicta

ainda tenho um coração - peso morto - que diz que espera poder ficar...)

 

 



publicado por Juliana Correia às 03:29 | link do post | comentar | ver comentários (3) | favorito

Segunda-feira, 8 de Outubro de 2007

meu humor perambula por aí

totalmente dependente da sua vontade

meu emocional já instável

hoje é irracional, beirando da loucura a margem.

 

eu me irrito ainda mais

com a minha postura - da qual discordo

a qual não me apetece, a qual me desconcerta, a qual eu odeio.

se fossem eu outrém, eu não toleraria, criticaria - com ódio.

 

alguém vende paz?

alguém empresta razão?

eu era poeta, hoje sou incerta

toda torta de coração.

 

 



publicado por Juliana Correia às 14:59 | link do post | comentar | ver comentários (3) | favorito

Quinta-feira, 4 de Outubro de 2007

Salvador, Setembro de 2007

 

 Você deve estar se sentindo perdido ao abrir um envelope e deparar-se com (mais) uma carta minha. Cartas são coisas antiquadas, quase em desuso, mas são ainda a melhor maneira de eu te fazer saber o que se passa.

Cansei. Cruzei os braços em cima da mesa, sabe? Cheguei o mais próximo que pude da auto suficiência, da racionalidade, do ceticismo. Não acredito nem no que não acredito. Entende o absurdo? Cansei de renunciar e extirpar pessoas e sentimentos em busca desse tal equilíbrio que, veja só, não me alivia mais- pelo contrário, o que era preenchimento virou imenso vazio - ir, mas para aonde? Qual o objetivo da chegada? A proteção inerente e confortável da solidão-amarga ou os tropeços perigosos do amor-possivelmente-finito? Qual a minha ambição?

Estou em crise de abstinência. Abstinência de loucura. Sinto vontades loucas, ou vontade de ter vontades loucas -e, pior, de realiza-las! De me declarar, de acreditar que vai ser pra sempre, de pensar no vestido de noiva (!!!!!!!!) ou de esperar sim coisas bonitas. (Um pouco de exagero sempre cabe para se fazer compreender!)

Já apaguei e recomecei essa carta várias vezes, me sinto uma verdadeira inútil escrevendo essas coisas. Quero acordar e ter você do meu lado. Quero que isso me dê paz ao coração. Quero te ligar cem vezes e não me sentir racionalmente um porre-grudenta. Quero acreditar que posso contar com você. Quero a minha inocência perdida de volta, quando eu achava que o mundo era rosa e que as pessoas não machucavam, quando eu acreditava que se diziam "te amo" era porque amavam e não porque queriam levar para a cama ou qualquer outro tipo de relação de troca exposta em entrelinhas capciosas. Quero a felicidade de uma raposa cativada. Quero ouvir, quero ver, quero ir- com você. Quero largar tudo e ir para o mundo com você, meu bem. Quero deitar numa rede, ouvir a nossa música, e saber que aonde quer que você esteja você estará se sentindo do mesmo jeito. Quero abrir meu celular e encontrar uma mensagem tua.

Quero uma infinidade de coisas que eu desconhecia poder querer (ainda, de novo)- e mesmo nesse quero-quero, ainda quero que meu tão real cerébro retome as redéas desse meu irresponsável coração. (Eu gosto de segurança - talvez até mais do que de felicidade...ou talvez seja uma questão de costume, quem sabe?)

A indecisão mais precisa é essa - a de saber o que se quer, mas achar que deve se querer outra coisa.

Eu não sei, não sei ficar sem chão, não sei me entregar ao não saber, não sei estar estando sem saber qual é o caminho. Não sei lidar com o não saber de você, do que você pensa, do que você sente, do que você gosta, do que você espera, do que lhe desaponta. Não sei o que eu estou fazendo - mas é uma angústia compensada, é uma angústia que tem recompensa, é uma angústia finita. Eu ando com medo dos buracos, mas eu ando - e é primordial estar me contentando com isso. Mesmo sem saber não saber, eu não sei. E eu espero que você saiba, porque eu quero poder dar um descanso a minha cabeça e um trabalho ao meu coração - só para variar! (Mesmo que isso seja, dizer assumidamente que na minha loucura quero perder noites me revirando de ciúme doentio por não estar contigo só para ter certeza de que eu estou mesmo viva e sentindo algo forte e denso dentro de mim, na sua delícia e na sua dor. Leia isso de novo e sorria, foi irracional e foi pra você.)

 

O que você me diz?

 

Beijos Carinhosos,

 

Juliana



publicado por Juliana Correia às 15:30 | link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito



publicado por Juliana Correia às 15:03 | link do post | comentar | favorito

Segunda-feira, 1 de Outubro de 2007

Proibido passear sentimentos

Aonde permearem certezas.

 

Proibido ignorar vontades

Perante as grandes belezas.

 

Proibido desconhecer a amplitude

da sedução das sutilezas.

 

Poribido pensar que te esquecer

é uma possibilidade que eu tiraria de letra.



publicado por Juliana Correia às 16:43 | link do post | comentar | ver comentários (5) | favorito

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