http://www.youtube.com/watch?v=GJXD09WEMKU
piolho, piolho
você quer ver o piolho no pêlo do meu púbis, do meu púbis
que olho, que olho
você pensa que tem olho
você pensa que tem olho, que tem olho de olho mágico
você quer me ver vivendo
ao patético ou trágico
você pensa que eu estou no big brother
você pensa que eu seria um grande irmão
você pensa que eu estou fora de moda
porque ainda considero a solidão
que molho, que molho
quer ver o dente de alho, quer ver o dente de alho
refogando o meu repolho
quer alho, quer alho
quer pimenta malagueta
quer que eu chupe uma chupeta
quer que eu imite um zarolho.
quer meu albúm de retratos
remexer minha gaveta
arrumar meu armário
refazer meu guarda roupa
andar na minha lambreta
você quer a rima fácil
como se eu fosse um poeta de proveta, ou de prancheta
que saco, que saco
como se isso fose naco, como se isso fosse nesga, como se isso fosse fresta
que saco, que saco
como se isso fosse um jeito de você bisbilhotar meu silêncio ou minha festa
eu estou lhe dando tudo, eu estou me dando todo
o meu celular me cola inteirinho em seu roteiro
não precisa me editar
filmei tudo o tempo inteiro
quero ver quem vê primeiro
até aonde eu vou chegar
primeiro, primeiro
quero ver quem vê primeiro
até aonde eu vou chegar
até aonde eu vou chegar.
meu retrato celular...
retrato celular!
gilberto gil - olho mágico.
Não se entregue. Não faça assim. Não se entenda como um barco a deriva a mercê da vontade das ondas. Não seja dois apenas porque ser um é carência complicada - a entrega que um relacionamento verdadeiro exige é ainda mais complicada. (mas sendo amor e vontade própria é compensação e alegria, sendo fuga e alienação é tolice.) Não gaste sua energia com o que não vale a pena - acredite em mim, até descobrir que não valia a pena você já vai ter gasto mais energia do que deveria. Não vista um luto precoce, nunca se sabe o amanhã, as vezes as coisas se resolvem independentemente de você. Tudo tem seu tempo certo e frequência. Não desgaste as coisas até chegarem a ponta de faca. Não feche portas, pois o amanhã não se sabe. Talvez hoje não seja o momento- e não te cabe julgar. Mas não siginifica que o momento não chegará - nem que seja para retomar. Talvez daqui a três meses seja. Talvez. Mas não pare para esperar, o que tiver que ser vai acabar sendo como tiver que ser. Não existe escapatória para o destino. Tudo que vai, de alguma maneira volta.
Cuide de você de modo que você se admire, se julgue interessante e se ame. Não existe outra receita para ser feliz. Não existe outro jeito para atrair a sua "metade" que não seja ser completo em si mesmo. As melhores pessoas que passarão pelas nossas vidas não virão para completar e sim para acrescentar.
Não responsabilize ninguém pela sua (in)felicidade - se alguém interfere nela, certamente teve seu aval. Não desista do que você acredita, a amargura não é boa conselheira. Não se importe tanto com o que vão pensar e julgar de você - mesmo as pessoas queridas - pois quem vai arcar com as consequências dos seus atos é você e o seu único objetivo tem que ser trazer paz ao seu coração. Não ignore seus problemas, fale deles se possível, mas não os torne o centro da sua existência.
Não fique sentindo saudade em casa num sábado a noite. Se você não tentar distrair, a dor nunca vai sair de foco. O que você sente só diz respeito ao seu coração e a quem vive nele, portanto se expresse, isso tem um valor de transformação incrível - e o que você sente, sente por dentro, não no que aparenta por aí. Mas cuidado com isso, pois o vínculo do coração é o mais sagrado. Você sempre deve satisfação aos seus sentimentos. E se tanto dói, tenha humildade e volte atrás. Tente outra vez.. Não seja desonesto com os seus sentimentos e nem com o dos outros - isso é imperdoável. Com coração não se brinca. Não impeça que as pessoas te amem pelo que você é, mesmo você sendo humano e falível. Se descortine para você mesmo, afinal você será eternamente seu companheiro de jornada e tem mesmo o direito de se saber e portanto se administrar. O que te faz sorrir? O que te faz chorar?
Entenda e respeite as pessoas que são/pensam diferente de você. Perceba que isso é amadurecer. Se doe as coisas mesmo sabendo de sua finitude. Dê oportunidade para que quem errou conserte o estrago que causou. Esqueça o seu passado e o dos outros - o que vale é o que você é agora e você não o seria sem o que passou. Abra a cabeça. Leia mais. Converse mais. Ouça mais. Tenha para quem falar bobagens, mas traga também no coração quem ouve suas "seriedades". Não seja extremista - o mundo não esta contra você e nem tampouco você é o dono da razão. Tente não esperar tanto dos outros.
Aprenda a pedir desculpas - não porquê você está errado, isto é relativo, mas sim porque você se importa. Esteja certo das suas escolhas e as refaça diariamente com fervor. Ajude o quanto puder. Não se submeta. Valorize as boas lembranças. Tenha sempre tempo para o que te faz feliz. Aprenda com a experiência dos outros. Tenha paciência. Seja sensível. Não tenha pena de si mesmo. Não faça perguntas para as quais você não pode lidar com as respostas. Respeite. Busque sua plenitude. Parafraseie Humberto Gessinger e não minta, nem se sinta capaz de enganar quem não engana a si mesmo.
Pegue uma caneta e um papel e escreva conselhos para que você mesmo não esqueça...
Se eu soubesse que ver você sofrendo assim doeria tanto em mim, eu jamais teria deixado aqueles sentimentos se perpetuarem em mim. Não nasci para vinganças, percebo claramente agora. Não me dá alegria ver você ouvindo as músicas que eu ouvia para chorar a sua perda, como eu achei que daria. Talvez eu seja mesmo boba. Talvez eu seja mesmo tola de escrever uma carta arrependida. De lhe dizer "fique feliz, fique bem, tudo vai passar...passou para mim que sou tão mais fraca, quem dirá para você que sempre foi tão absoluto!". De me crucificar por ter desejado algo que não fosse bom. Por ter dito que eu faria tudo ao inverso - não sei se eu faria, sei que não posso falar neste tempo verbal.
Eu que tanto disse que esperava que você sofresse para entender, hoje entendo que não espero que você sofra. Prefiro achar que você vai virar um adulto com criança dentro de si. Prefiro achar que você merece ser protegido dos males do mundo. Essa sua cabeça fechada levaria muito tempo para entender que a amargura não é o melhor remédio.
Seja menino. Saia. Fique com umas quatorze - mas eu aviso, não vai preencher nenhum espaço aí dentro. Talvez faça só você entender que as coisas são assim, que as pessoas que amamos e nos são primordias vão embora sem dó, mesmo. Com o tempo vai passar. Leia uns livros desses autores que você gosta. Vá no shopping e gaste toda a sua mesada em roupinhas de marca. Não sei o que você pode fazer para melhorar, mas por favor, pare de ouvir essas músicas.
E melhore.
Atenciosamente,
Juliana.
Ser é o estar sendo. Essa incessável transformação que acontece independente da nossa permissão. (mas que é incrivelmente mais acelerada e produtiva quando permitimos!)
Ser é também ter sido e o que se fez o que se foi. Ser é estar buscando algo no mundo com. Como assim? É existir, em busca de algo que sacie a nossa essência, em contato com outras coisas e pessoas - que direta ou indiretamente também interferem no nosso processo.
Eu já escrevi muito em miguxês (basta dar uma olhada rápida nos meus blogs de quando tinha quinze anos..), mas hoje escrevo convencionalmente. Foi uma fase. Me ajudou a valorizar o português (quase) das gramáticas. Eu já fui grudenta, chatinha, possesiva, irritante e adjetivos não muito positivos em relacionamentos amorosos (dois pesos/ duas medidas!) mas com isso eu tomei tombos e quedas...e algo de proveitoso eu tirei, né? Já fui amarga de dar dó (como deviam me julgar tola - com razão!) e hoje já sei orientar melhor o meu radicalismo cético. Já chorei por tudo e por todos, já achei tudo crise, já deixei de querer encarar as coisas porque os outros achariam quê, já achei que alguém me achar boba era um mico - hoje tudo é risada, a minha lerdeza natural é charme (e não posso fazer nada por quem não achar!) e eu entendo os meus conflitos.
Ser é também saber que não se sabe. Não sei de amanhã, do que vai ser, do que pode vir a ser, nem ao menos tenho certeza de como eu gostaria que fosse! Mas sei que vou seguir assim, mudando de idéia, caindo, levantando, aprendendo, mudando, ouvindo, repensando e reconhecendo - a mim, ao mundo e aos outros.
Eu queria saber fazer um texto estilo "filtro solar" mas não me cabem conselhos (só se for para ouvi-los!). Aprendi pelas vias erradas que todos os caminhos nós fazemos e nos fazem - até os mais tortuosos trarão aprendizados - e serão os que mais trarão.
ps. música do título: Novos Bahianos! Futuquem!
Me cansei dos teus desenganos não entendo a tua fala nossa casa está vazia hoje à noite é o meu dia Nossa vida virou novela e eu não sou nenhum personagem que se enquadre em teus delírios quero andar nas ruas e sentir frio no calor quero estar sozinho! Me cansei das tuas mentiras eu não quero esse dia-a-dia não consigo fazer promessas tenho apenas o que me resta... O teu jeito não me abala não me sinto bem no teu jogo vou voar mais alto que as nuvens entender de vez esse meu vazio te encontrar pra não ser sozinho... tudo é sempre a mesma coisa o mesmo jeito, toda vez tudo é muito relativo e a distância já nos fez somos serra e litoral nosso final é simples: tchau...
Ás vezes faz-se necessário esquecer/superar - mesmo sem querer
Nessas horas a vida insiste em se fazer triste
Mas a tristeza é também parte inerente deste viver
E quem tenha morrido de triste não existe!
E na tristeza do momento vem também o aprendizado para o futuro
Vem também o orgulho da etapa vencida
A sensação de não mais tatear com sentimentos no escuro
E as velhas sensações voltam a ser sentidas.
Mas para cada passo para trás, hoje dou sete a frente
As lágrimas que tanto caíram já não escorrem agora.
Não se vive mais a espreita do que se sente
Até porque já não se sabe o que se sente. ("ainda se sente?" esmola...)
A raiva é um alimento dos fracos
Mas ela comprime o que tenta resistir de bonito
E com ela faço laços (profundos, profanos, sagrados)
E é nela que eu faço a festa, alforria - te extirpo.
(aos poucos, porque eu sou assim
me deixo solta, me deixo livre
para sentir o que vem de mim)
Gosto de esperar a primavera chegar
Com suas variadas flores e cores
Gosto da expectativa, de saber que ela não tardará
Posso imaginar no ar o gosto dos amores.
A primavera (inusitadamente) chegou primeiro em mim
Me invadiu sem pedir licença
Colocou-me flores na alma - enfim
Trouxe consigo as cores da crença.
Tudo é colorido, tudo é bonito - e sem óculos de Pollyanna
A primavera de Agosto me fez de lar
Me sinto plena, amena, tão minha soberana
Perfeita tradutora das flores, cores, amores, sabores que em mim vieram se (re)abrigar.
Quando ela chegar em Setembro, estaremos floridas e maduras
Estaremos colhendo os frutos que soubemos plantar
Estarei semeando as minhas razões e loucuras
Continuarei aprendendo a me amar.
Paloma olhou o apartamento. Em outro tempo ali viveram tantos sonhos – que ela julgava eternos – mas agora era só um apartamento vazio. Cada canto contava uma história de amor, mas naquele dia os cantos não diziam nada. Ela fixou o olhar num pedaço de papel de parede descascado pela infiltração e lembrou dele. Eles também tinham descascado. Se conheceram numa boate, ele amigo da amiga dela, lindo, perfumado, charmoso. Chegou nela com um sorriso e dançaram até cansar. O coração palpitava a cada olhar cruzado, cada palavra sussurada. Era ele, ela sabia. Dois meses depois estavam namorando. Gostavam de futebol, vinho, jazz, Pablo Neruda e cinema europeu. Eram como uma engrenagem que ao se tocar funcionava perfeitamente. Seis meses atrás, ela pisara no apartamento pela primeira vez. Fizeram amor no balcão da cozinha. Penduraram uma placa de “bem-vindo ao lar” na porta. Escolheram o papel de parede juntos. Naquela sala receberam os amigos, fizeram founde, dançaram bolero. Até que naquela cama ficou faltando ele, que já não parava mais em casa. Ele alegava muito trabalho no fórum, ela questionava que trabalho duraria até dez da noite. Foi a primeira rachadura na parede. Mas ele não estava lá para consertar. A vida foi correndo e os risos não eram mais ouvidos no apartamento. O vinho de antes, era agora copo quebrado pelo chão. Ela, como fotógrafa que era, o avisou que ia viajar. Dessa vez, ele não a rodopiou no ar, nem a carregou até a cama numa chuva de beijos. Apenas assentiu, cabisbaixo. No domingo, ao chegar antes do previsto em casa, ela sorriu para a plaquinha, disposta a fazer dali um lar novamente. Girou a chave e viu. Viu aquilo que nenhuma mulher que ver. Um emaranhado de corpos nus e suados no sofá-cama. Seu filme francês favorito passando no dvd. Sua cabeça rodava, as coisas tremiam nas suas mãos. Seu homem, sua casa, seus sonhos – outra mulher. Eles levantaram apressados, num misto de surpresa e medo. Ele, se vestindo, falava coisas que ela nem ouvia mais. Ela entrou no quarto e trancou a porta. Chorou colocando as coisas dele na mala, chorou rasgando as fotos,chorou enterrando suas crenças. Ao sair com a mala dele, o encontrou chorando no sofá. Só havia silêncio. Ambos sabiam que não havia volta ou perdão, alguém havia se infiltrado entre eles, e ainda escorria nos dois corações. Depois, ele tentou voltar. Ela não quis. Foi despertada da lembrança pela campainha da porta. Era o corretor de imóveis com um casal jovem e sorridente. Ela deu um sorriso amargo, retirou a placa da porta e foi embora sem olhar pra trás.
(ps Momento flashback do meu primeiro conto sim, porque de todos ele continua sendo um dos meus favoritos. E tem mais, ando pensando muito nisso, nessa irresponsabilidade que assumimos na vida do outro...Estou escrevendo sobre isso e jajá estará aqui!)
Felicidade é um tema recorrente por aqui. Felicidade para mim são momentos - não estado de espírito.
Estado de espírito é a predisposição natural (ou construída) ao otimismo ou ao pessimismo, essa tendência que construímos com o decorrer da vida, de acreditar que pode dar certo ou não, que tem conserto e cura ou que vai ser nossa perpétua infeliz prisão.
Felicidade é conceito. Felicidade, para mim, é ter com quem contar. É estar ao lado de quem a gente gosta. É o sentimento de contentação frente a realidade que se vive. Não uma contentação no sentido de resignação, passível dos coitados, para os quais tudo tanto faz, mas sim de satisfação com os limites naturais.
Por exemplo? "Não posso ter um BMW que eu idealizo, mas eu vivo bem com o meu Celta." ou "Não tenho condições de morar num quatro quartos no Horto Florestal, mas eu vivo bem em um dois quartos em Brotas. Eu tenho um lar."
O sentido que eu dou a estar contente é esse, nunca a isenção de sonhos e ambições. Jamais a perspectiva de que não se merece mais do que se tem, apenas a consciência da alegria do que já se alcançou. Não apenas a premissa de que o futuro vai ser bom, mas também a vivência de que o presente vale a pena.
Na minha concepção é impossível ser feliz sem estar contente, mas ainda assim é possível ser alegre ou otimista.
Felicidade é se sentir realizado nas escolhas que a gente faz, seja para as curvas da nossa história, para os caminhos que tomam nossa vida, na escolha da profissão ou no tiro cego do parceiro de caminhada. É encontrar respostas que aliviam o coração. Felicidade é receber aquele telefonema inesperado de quem se preocupa conosco. Ou aquele elogio que remexe a auto-estima. Felicidade é ter saúde.
Felicidade não se explica. Se aproveita!
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