Coisas que eu não entendo;
. O português dos livros de Saramago, se eu estiver desconcentrada.
. A falta de amor próprio de algumas pessoas.
. Como tem gente que gosta de coca zero.
. Porque meu computador novo demora tanto pra chegar.
. Os homens em geral, e um em especial.
. As pessoas que fazem MALUQUICES e depois agem com naturalidade.
. O jeito que eu me sinto, agora.
Ela abriu a porta e foi logo descuidadamente despejando as coisas no chão. Se jogou confortavelmente no sofá da sala e levou as mãos a cabeça. A cabeça latejava. Como ela podia ter deixado as coisas chegarem aquele ponto? Como podia estar se portando como uma adolescente tola, cheia de esperanças e planos? Ah, se arrependimento matasse...
Sentou-se o mais confortável que pôde,esticou as pernas,respirando fundo, na tentativa de colocar alguma ordem nos pensamentos."Não se envolva. Homens machucam. Preciso te lembrar de como foi da última vez? Para ele, certamente que você é apenas mais uma da longa e óbvia lista, e nem sequer deve ser a favorita. Não importa que o beijo dele te tire do chão, você é esperta e absolutamente auto suficiente e não precisa dele para te fazer feliz. Cada minuto a mais que você der a ele vai ser uma chance a mais para ele te machucar. Está convencida?" Tudo isso ecoava em sequência ,como um mantra dentro da sua cabeça. Ela foi se sentindo forte. Abriu os olhos , alongou-se e lavantou-se. Foi até a cozinha pegar um copo dágua. Um sorriso de vitória cintilando no rosto. Abriu a geladeira,resolveu que ia fazer um jantar especial para si própria, para lembrar do quanto era bom estar consigo mesma. No meio da separação de ingredientes, o telefone tocou. Ela estremeceu ansiosa, ao pegar o aparelho e ouvir o "Alô minha linda" do outro lado, ela compreendeu que precisaria de mais do que mantras para escapar da cilada do seu coração. Ficou claro também que a paixão fazia um lindo enlace com a desrazão, e que ambas se embrulhavam aos tropeços fazendo barulho e confusão na sua tão pacata vida. E assim, sem ao menos se dar conta, já estava dizendo ao telefone: "Jantar hoje a noite? parece perfeito..."
O que eu sou agora é a inerência
De tudo que eu escolhi ser.
Das coisas que eu soube deixar para trás
E das que eu não soube.
Das coisas que eu senti a incongruência
E também das que bem eu não soube escolher.
Virei o que construí, o avesso do avesso do que não me satisfaz.
Um boneco segurando o coração que foi pro abate no açougue.
É claro que fiz as minhas escolhas
Explícito de que de muitas me arrependi
Eu segui vivendo, torta, pensando mais do que devia
Vivi os amores e desamores que tive pela estrada.
Já acreditei no que sentia, já tive tanto medo de coisas tolas
Já vesti armadura, chorei pela madrugada, mas não esqueci
Eu, descuidada, amei mais do que podia.
Mas pra ser o que sou, tive que não acreditar mais em nada.
No fim das contas, me encontro no espelho
E sei que sou um rascunho mal feito do que serei e do que quero ser
O passado inerente, faz parte, a ferro e fogo marcado por dentro
Sou a luta constante e consternante de não deixar o passado se fazer presente.
Mas a vida vai se encarregar de me mostrar o meu caminho e me ajudar a percorrê-lo
Fui cunhando calma, maturidade, me reinventando mesmo – por querer
Aprendi que posso viver sem pessoas que julguei que não podia, refiz meu centro
Descobri que o que importa é me desdobrar para ser eu (de todos os meus jeitos) corajosamente.
- Isso mesmo, dia dos namorados, todo mundo falando de amor, do outro, da belezura...e eu falando de mim! Assim é que é bom!
Poema de dia dos namorados (os verdadeiros)
Tem namorado quem olha pra si
Quem sabe o que quer – e o que não quer
Quem soma e multiplica, para dividir
Quem tem a coragem de ser o que é!
Tem namorado quem não sofre calado
Quem respeita as vontades
Quem gosta do inesperado
Quem já morreu de saudades...
Tem namorado quem conhece o amor
Que reflete em fases
Alegria, desentendimento, poesia, solidão – torpor
Gritar,chorar,beijar – fazer as pazes.
Não tem namorado, quem tem dependência
Quem precisa de alguém pra ser feliz
Tem falta de personalidade, aquém da carência
Tem lamúria de felicidade, além do que diz
Nem tampouco namora
Quem não vê o que merece
Não tem com quem passar as horas
Nem abraço que enternece.
(nada mais feio que não ser suficiente, entristece
quem quer carregar o fardo de ser por quem alguém se apetece?)
Amargura é inimiga da ternura;
A desilusão descuida a paixão
Nem toda ferida tem cura
Nem todo mal merece perdão
Mas no dia dos namorados
O amor anda de braços dados na rua
E até quem está sozinho, desencantado -
Se enamora com a lua!
Coração com dor
Chora baixinho
Desafina
o que outrora foi amor
É poesia sem rima
Na triste sina da ilusão
Coração – sem cor
Não encontra seu vermelho
Partido, em caco, quebrou
Em pedaços como um espelho...
E o amor que era reflexo
Hoje...não tem mais nexo!
É coisa pouca o que sobrou
Construção de concreto
A parede que não desabou!
Mas no meu peito
O remelexo discreto
De quem assumiu
Que não, tem jeito!
E nesse samba
Eu encerro a questão
Amor que é amor, de verdade
Não conhece desilusão
Desprezo, crueldade
Tudo isso só fere o coração!
E coração
Com dor
Chora baixinho
Desafina
O que outrora foi amor
É poesia sem rima
Na triste sina da ilusão...
"Algumas pessoas se bastam e o que quer que façam, vem apenas a adicionar.
Já outras não,depositam em outras pessoas anseios que deveriam encontrar em si mesmo" - (depositam carências, desejos, anseios, felicidade, paz de espirito - tudo isso na mão de outra pessoa, que vez por outra não merece nada, pois não planta nada - e assim não pode vir a colher nada!)
O pensamento entre aspas é de Turan, e eu achei muito lindo.
ps. "E pra chegar na minha cama, você tem que primeiro passar pela sala.."
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