"Queria que você soubesse que você é o empurrão que faltava. Sinto medo ainda, e aflição e angústia de vez em quando, fico muito tempo pensando no que foi, em como quero que seja, no que poder vir a ser. Você já sabe que eu sou assim,né? Mas no fim, quero que você saiba que com você quero deixar tudo fluir, sem planejar, sem esperar. De repente, se eu imaginar, planejar ou esperar você chegou e me fez mais forte e me deu vontade, e alegrou os cantos ainda tristes. No fim, ainda bem que você vive comigo, porque senão, como seria essa vida?"
Gabriel apenas olhou e sorriu, era a chance que ele queria para provar que podia fazê-la feliz. Aquele bilhete lhe dava o que ele havia esperado tanto : possibilidade.
Para mim o amor é muito pessoal, vai muito do que você viveu, do que você aproveitou, do que você sofreu, a partir daí você constrói o seu entendimento, a sua expectativa. Mas para mim o amor e a felicidade só fazem sentido dentro do ser "contente", que ao pé da letra é estar bem, estar dentro dos seus limites de importância. Se você só se contenta com Brad Pitt, Orlando Bloom não te diz nada. Se você se contenta com qualquer migalha de amor, não luta por nada melhor. E assim sendo, o amor tão universal, é singular para cada um! ( e assim sendo, ninguém que ler meu poema precisa concordar ou desejar as mesmas coisas...)
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Poema Entrelinhas;
Não gosto do óbvio, estampado.
Prefiro o anexo, feito com fervor
Fervendo de paixão, angústia ou desamor.
Ou até quem sabe, a entrelinha, aquilo que foi imaginado...
Ás vezes, eu espero, ansiosa, que você chegue sem que eu perceba
Não anseio por flores ou chocolates, talvez alguém que sonhe comigo
Que olhe pra frente, pro horizonte, e que mesmo com medo – ainda tenha um sorriso.
Outras vezes eu esqueço, já lido com a solidão sem estranheza.
Não acredito e nem quero esse amor de novela
Nada de amor o tempo todo, nada de felizes para sempre
Não quero ficar sufocado,inseguro,perdido - quero apenas a felicidade presente
Dure ela muito tempo, ou uma única primavera.
Nem deposito minhas soluções em você
Sou completa e segura, sei que vens pra acrescentar
Nunca impedir, entristecer, agonizar.
O amor que eu acredito não é prisão, é renascer.
Espero você, pra a gente olhar as estrelas, ser nós mesmos
Para discutir a inflação, visitar um museu, comer uma salada
Para dormir na chuva, dançar até cansar, não fazer nada
Não vamos precisar de muito mais, além da segurança de nos sabermos!
Vamos dar risada de quem duvidar que a gente se entende
Teremos piadas próprias, ligações secretas, insanidades.
Também discussões, divergências, individualidade.
Vamos crescer juntos ao acreditar no que a gente sente.
E o que a gente sente não vai ser proclamado
Seremos discretos, amigos e enamorados
Seremos felizes quando juntos e felizes quando separados
Acredite com certeza, o amor que eu acredito é jamais banalizado!
Juliana Correia
Naquele tempo éramos rosa choque
Metáfora do amor agudo
Duas mãos, dois sorrisos, dois corpos ao toque
Toda a presença confortante do diálogo mudo.
Alcançamos o êxtase do branco celestial
Paz completa, segurança pro meu peito
Na certeza de um sólido respeito primordial
Encontro Deus e agradeço, pelo alívio com que me deito
Esmorecemos para o azul do céu
Sonhos revirando agitados como o mar
No içar das tuas velas nosso beijo perde o mel
Eu espero a tormenta passar
No verde esperança
Guardo as lembranças coloridas
Tempo de amor, tempo de bonança
Enlaçando as nossas vidas.
Caímos no démodé, old school
Preto & branco Existe charme no cru?
Sem maquiagem colorida, conhecemos a rotina sem encanto
(“sinto muito”;”sinto tanto”)
A paixão ficou cinza
Virou copo quebrado, jornal bagunçado
O amor conhece as fases, sente o clima
Esperamos seu novo tom, impacientes e emburrados
Ele vem em tom pastel, delicado
O que era ímpar já se tornou banal
Os carinhos só ficaram no nosso retrato desbotado
Descobri num espasmo que com o tempo até a tinta julgada especial descolore e se desmancha igual.
Espumamos no vermelho
Ouço gritos, vejo choro, a porta batendo...
Aonde foram os abraços, os risos, os conselhos?
O meu vermelho coração só se remoendo...
Chega o enfim fim preto
Toda dia da sua ausência é escuro.
A minha solidão inaceitável vem em tom negro
Percebi, já tarde demais, que não existe amor puro.
É aquarela de fases e momentos
Que precisam ser vividos cor a cor
Pois sem os desfoques e desbotes
Não aprenderíamos a colorir o amor!
(E a entender que ele atravessa a ponte
Mas que toda cor pode ser fonte
De uma interpretação.
Que com um pouco de resignação
Tudo se enfrenta, tudo passa
É uma questão de cuidar do coração)
Pula da minha alma para o papel
Não necessariamente é poesia.
É como vida, mistura de mel e fel
Ora cheia, ora vazia
Sem o motor da inspiração
Não nasce poema ou existência
Nem tudo pode ser coração.
Tortura que fosse tudo penitência!
Vida metáfora, escrever de comparação
Dia a dia, letra a letra
Vão virando a construção
Daquilo que jamais se esconde ou espreita – a essência.
A vida é o que acontece
Enquanto eu escrevo e você lê
É filme branco e preto, talvez bege
Que todo mundo quer ver
Mas atuar é se subverter ao insustentável do ser
Entender o amor – dói
Se o telefone não toca – uma unha se rói
Se guardar rancor – se corrói
Tudo que vai pro papel escapa do viver
E se faz vida por ser sentir
O que já não se sabe dizer.
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