Você diz que ainda é cedo, eu já acho que já tá tarde demais. Você tem a prática da independência, eu ainda tô vivendo de ideais. Você e o seu atum, eu e minha salada. Você e seu mundo, eu na minha sacada. Você vê o mundo assim, eu vejo incansavelmente ao contrário. Você fica no próprio umbigo, eu pareço a mãe de todos. Você não se importa, eu sofro. Você diz que eu te irrito, você me aborrece. Você me pede paciência, eu tenho pressa. Você tem pressa, eu te peço calma. Você é seguro, sabe o que quer, e o que tem - isso me deixa louca, eu que tenho tanto medo que meus castelos sejam de areia e que a primeira onda me deixe sem abrigo, só. Você tem medo, eu tenho passado. Eu falando pelos cotovelos, você todo calado. Pra você, tanto faz. Para mim vale tanto. Pra você "me empolgo aqui com o trabalho, e esqueço do mundo, de tudo, até de você." Para mim "tô brigando com ele, espero que caia um raio e o parta em dois pedaços, mas...será que ele tá com fome? é, acho que vou pedir algo pra ele comer...". Para você, não sei, não entendo. Eu tento, tento, tento.
Para você talvez não seja nada, ou talvez seja vencer o medo e tentar ser feliz - talvez nem você tenha decidido, você as vezes me ganha de graça, me ganha com garra e em outras não me perde por um triz. Para mim é rcomeço, página em branco que eu quero escrever, meto as mãos pelas pernas, te cubro de beijos, te estrago de raiva, te deixo maluco...não sei se é amor. Você quer me abraçar, eu quero te esmurrar. Como pode alguém me deixar inimaginavelmente feliz e depois triste de perder a raiz?
Você não tem experiência. Eu não tenho razão. O que você acredita, pra mim é piração. Você sempre quer desistir, ou melhor, quer que eu desista. Eu sempre quero continuar, ou melhor, quero que a mim você não resista. Você quer construir e acha que isso é tudo. Eu quero construir e acho que isso se faz na prática. Você - eu não sei, mas você sabe. Eu te adoro e não quero te perder. Você se confia e esquece, não protege. Eu estou sempre com os olhos abertos em você.
Você não fala o que sente. Eu falo, escrevo, indireto, direto, reescrevo. Para você, cansaço. Para mim, desejo. Para você falta tempo. Para mim falta ocupação.
Você vai acabar indo embora, e eu vou chorar - mas não vou te pedir pa ficar, afinal, você sempre sabe o que está fazendo, enquanto eu estou apenas tentando sempre equilibrar.
Você vai acabar se acostumando, e eu vou ficar aqui, tentando costurar esses laços vulneráveis que você vai me deixar.
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