Hoje o "Conversa de Botas Batidas" faz um ano. É como um filho mesmo, desses que trazem arraigados tanto de mim, e principalmente o tanto de mim que eu mais renego, as coisas que eu não digo aos outros e acabo engolindo - todas elas, todos os meus "nãos" ou os meus silêncios absurdos (ou não, afinal, quem quer parecer absolutamente insano e descontrolado?) se esvaziam aqui, nesse espacinho. Por essa razão, já pensei em deletar esse blog diversas vezes, é muita exposição, e é uma exposição ao avesso. É a exposição do que mais renego - em mim, nos outros, nas relações, na vida. Não diria que é um espaço triste, porque escrever para mim é alívio e prazeres absurdos, mas não chega a ser feliz, porque não existe nos meus textos essa alegria, é sempre um pouco do olhar melancólico sobre a sensibilidade de coisas que as vezes são existencialmente insensíveis e só.
Nesse um ano, já vivenciei por aqui a experiência de duas faculdades, que trouxeram diferentes conhecimentos,diferentes pessoas, diferentes visões de mundo e acréscimos a minha maneira de ler e escrever o mundo, já compartilhei alguns êxtases de paixão, ainda mais fracassos do amor e simples pensamentos sobre coisas (in)úteis que acontecem por aí.
Não sei o que o futuro reserva para este blog, mas em virtude deste um ano dele no ar, quero agradecer aos que me deram palavras de esforço no sentido de prosseguir escrevendo, aos que me propuseram parcerias, aos que me conheceram através deste espaço, os que juraram se identificar e elogiaram, os que detestaram e criticaram, os que acompanharam esses 118 posts e fizeram esses 411 comentários até agora. Obrigada, o blog é literário por causa de vocês, que vem acrescentando - senão seria apenas mais um diário lírico e virtual.
A vida a gente constrói, por caminhos indecifráveis
dias que a gente crê, dias que a gente chora
em nós resignam-se os sentimentos impalpáveis
são eles que nesse blog eu coloco pra fora.
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